31.12.06

Último dia de 2006


O que não desejo que se repita em 2007

Não apenas sobreviver, mas Viver!
Passar 4 meses com muletas por ter fraturado o tornozelo.
Precisar de cirurgia às pressas para não morrer (ainda bem que só temos 1 apêndice!!).
Ficar quase 30 dias no hospital.
Ser ameaçada de demissão por ter passado quase todo o ano com problemas de saúde!
Congestionamentos diários na Marginal Tietê!
Mensalões, mensalinhos, sanguessugas, cuecas com dinheiro, dossiês, ataques de facções criminosas em São Paulo e no Rio, acidentes aéreos, apagão aéreo, corrupção, corrupção, corrupção, corrupção, corrupção......................

O que pode se repetir em 2007

Todos os meus familiares com saúde!
Meus filhos continuarem a ser as pessoas maravilhosas que são!
Que eu continue com vontade de estar sempre aprendendo coisas novas!
Que eu continue sem fumar como vem ocorrendo desde setembro!
Que eu possa continuar a dar minha parcela de contribuição para ajudar algumas causas que acho que valem a pena!
Que eu continue com as amizades que prezo e faça novas!

O que desejo para 2007

Ainda não fiz a lista!

30.12.06

O penúltimo dia do ano

Logo cedo abro o jornal.
Saddam Husseim já foi. Já morreu enforcado.
Penso e ponho em palavras que ser enforcado pela morte de 148 xiitas foi até injusto!
Oras..o homem governa o Iraque de 1979 a 2003 num regime ditatorial, servido por uma polícia política que prendeu de forma arbitrária, assassinou e torturou milhares de pessoas, além das guerras e da ruína em que deixou um país rico em petróleo, é enforcado pela morte de 148 xiitas?????
Não desmerecendo é claro estas e qualquer outra morte.
Em meu mediano entender essa execução apressada, sem que Saddam fosse julgado pelos outros tantos crimes cometidos atende a interesses americanos e deixa de lado a memória de todas as vítimas do ex-ditador.
O julgamento de crimes contra a humanidade não existiu.

Enfim, ficou de fora a verdadeira Justiça, se é que ela existe!

29.12.06

O jornal mais antigo do mundo deixará de ser impresso!

O Post Och Inrikes Tidningar, jornal sueco, nasceu em 1645 por iniciativa estatal, como um jornal diário de anúncios do governo, de empresas e outras comunicações oficiais.
Segundo a Associação Mundial de periódicos este é o jornal mais antigo do mundo.
Em sua página da Internet a publicação anuncia que a partir de 01 de janeiro de 2007 não mais poderá ser comprada em meio impresso, podendo apenas ser acessada online.
Continuarão a ser impressas em papel, três cópias do jornal, para serem enviadas às universidades com a finalidade de manter viva a tradição.
Como sinal dos novos tempos este é um dos primeiros jornais que prescindem da impressão para fazer-se visível apenas na Web.
Fonte: El Pais.com – Leia mais.


Eu ainda prefiro ter o melhor dos dois mundos. O jornal que assino, impresso, que recebo cedinho e levo comigo para ajudar a enfrentar os congestionamentos normais e cotidianos da Marginal Tietê, e, por sinal, gostaria de encontrar nele análises mais profundas do que as que estão constando da pauta atualmente.

E, ler online, outros periódicos, principalmente pela atualização em tempo real. Espero que poucos sigam este exemplo!

28.12.06

Reflexões a partir de comentários...

Dois comentários aqui deixados, por blogueiros que muito admiro, sobre o poema postado ontem, fizeram-me pensar sobre as palavras, afinal, tema deste blog.




As palavras têm beleza (mesmo as que parecem não tê-la), singularidades, sentidos secretos sob a face aparentemente neutra, como bem o diz Drumond.
O que me fez lembrar que as palavras só tem sentido na vida, na vida de cada um.
Como escreve Sylvio Roque de Guimarães Horta (Mestre e doutorando em Filosofia da Educação da Faculdade de Educação da USP):

"A palavra é, assim, abstração de realidade muito mais complexa - não as frases, sentenças, parágrafos, contextos escritos ou falados, mas realidade que se confunde com as coisas, pensamentos, sentimentos, humores. A palavra faz parte de toda uma experiência, postura, sabor de vida. E grande dificuldade nossa é, justamente, analisar esse enorme emaranhado de sentidos em que ela habita".

Sobre o assunto escreve Ortega y Gasset:

" ... se tomarmos apenas o vocábulo e como tal vocábulo - amor, triângulo - ele não tem propriamente significação, pois dele só tem um fragmento.
E se ao invés de tomar a palavra por si, a dizemos, então é quando se carrega de significação efetiva e completa.
Mas de onde vem para a palavra, para a linguagem, isso que lhe falta para cumprir a função que lhe é costume ser atribuída, isto é, a de significar, de ter sentido?
Certamente não lhe vem de outras palavras, não lhe vem de nada do que até agora se chamou linguagem e que é o que aparece dissecado no vocabulário e na gramática.
Mas sim, de fora dela, dos seres humanos que a utilizam, que a dizem em uma determinada situação.
Nesta situação, são os seres humanos que falam, com a precisa inflexão de voz com que pronunciam, com a cara que põem enquanto o fazem, com os gestos concomitantes, liberados ou retidos, quem propriamente 'dizem'.
As chamadas palavras são só um componente desse complexo de realidade e só são, efetivamente, palavras contanto que funcionem nesse complexo, inseparáveis dele".

Ortega y Gasset, J. O Homem e a Gente. Rio de Janeiro, Livro Ibero-Americano, 1960, p. 267-268.

O silêncio também faz parte das palavras, no sentido posto por Ortega?

27.12.06

Canção Excêntrica: Cecília Meireles

Para falar de ausência prefiro deixar que Cecília Meireles o faça:


Canção Excêntrica

Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-te num abraço
e gero uma despedida.

Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.
Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.

Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.

Cecília Meireles