As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios(...) A palavra constitui o meio no qual se produzem lentas acumulações quantitativas de mudanças que ainda não tiveram tempo de adquirir uma nova qualidade ideológica, que ainda não tiveram tempo de engendrar uma forma ideológica nova e acabada. A palavra é capaz de registrar fases transitórias mais íntimas, mais efêmeras das mudanças sociais. (...) Cada época e cada grupo social têm seu repertório de formas de discurso na comunicação sócio-ideológica.(...) A língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta, não no sistema lingüístico abstrato das formas da língua nem no psiquismo individual dos falantes.(1)
(1) Mikhail Bakhtin (Volochínov), Marxismo e filosofia de linguagem, tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira, 2ª edição, Editora Hucitec, São Paulo, 1981, pp.41, 44 e 124.
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