No blog de José Alberto Farias encontrei uma entrevista, na qual em palavras simples, ele resume a discussão.
Diz ele sobre erotismo e pornografia: "Essa é uma discussão estéril. A fronteira entre o erótico e o pornográfico é difusa, subjetiva e pessoal. Muda de acordo com a época, com a cultura. Durante a ditadura, era proibido mostrar os mamilos e os pelos pubianos. As modelos que saiam na Playboy não tinham pentelhos nem mamilos, pareciam umas "Barbies". Hoje a Playboy é lida até em sala de espera de dentista e ninguém engasga com os pentelhos"
Continua, respondendo sobre a estética do Belo na fotografia: "Os conceitos estéticos mudam com o tempo. O problema é que, hoje, essas mudanças se processam mais rapidamente. Alguns fotógrafos conseguem superar isso e fazer fotos atemporais, que são belas hoje e continuarão sendo daqui a 50, 100 anos. Acho que o segredo é não se deixar influenciar por padrões impostos, ter um olhar só seu, mas isso nem sempre é possível. Quem fotografa para revistas, por exemplo, não tem como escapar à ditadura da estética imposta pela mídia. Fotógrafos como Helmut Newton, Robert Maplethorpe e Irina Ionesco são exceções".
Enfim, para mim, qualquer cidadão teve ter o direito de expressar, criar, manifestar formas de arte da maneira que lhe convier. Se o tema de alguma forma vai contra valores típicos de minha pessoa, posso escolher não ver, não assistir, mas em hipótese alguma tenho o direito de proibir o que não gostamos seja lá quais forem motivos alegados.
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