Escolas buscam métodos ousados para educação
ANTÔNIO GOIS, SIMONE HARNIK da Folha de S.Paulo
Imagine uma escola em que alunos não recebem notas em provas e têm liberdade para decidir qual o tema a ser estudado. Seus professores, em vez de serem divididos de acordo com a disciplina em que se especializaram, dão aulas sobre todos os temas para a mesma turma.
Essas e outras práticas fogem do padrão encontrado na maioria das escolas, mas são adotadas, em maior ou menor grau, por instituições que tentam subverter a ordem. Em alguns casos, são experiências novas. Em outros, são práticas consolidadas. Para educadores ouvidos pela Folha, é possível inovar sem prejuízo da qualidade.
“As crianças mudaram, o mundo mudou, mas a escola permanece a mesma. A estrutura de trabalho da maioria das escolas é igualzinha à que eu presenciei como aluno há 50 anos. Acho que a maioria dos educadores está convencida de que é preciso mudar, mas muitos não sabem como. No entanto, é possível perceber alguns sinais de mudança”, diz o vice-presidente do Conselho Municipal de Educação de São Paulo, Artur Costa Neto.
Na escola particular Oga Mitá, do Rio de Janeiro, por exemplo, um dos sinais dessa mudança foi o fim das provas. Os alunos até recebem notas, mas elas são construídas a partir de um conjunto de objetivos traçados. O professor acompanha o estudante e o avalia por trabalhos individuais ou em grupos e vê quantos objetivos foram alcançados.
Experiências incluem turmas sem divisão de classes e até o fim das provas.
Em escola na Vila Matilde, na zona leste de São Paulo, um mesmo professor ensina todas as matérias para alunos de 5ª a 8ª séries.
E há muito mais !
A falta de uma formação sólida do nosso professorado e dos especialistas nas escolas, dificulta experiências que ousem tentar mudar o status atual da educação escolarizada. Tanto escolas públicas como muitas particulares estão presas a uma estrutura arcaica, cômoda, pois, é mais fácil fazer o que já se fazia há muitos anos do que tentar mudar, tentar buscar experiências com a comunidade escolar sem esperar que o governo apresente pacotes mágicos e prontos!
2 comentários:
Parece que você esqueceu dos baixos salários, da falta de reconhecimento social da profissão. É a velha mania de ficar culpando os professores pelos fracassos da política e da economia.
Só quando os detentores do poder se conscientizarem de que devem valorizar a educação, reconhecendo devidamente o trabalho dos professores e dando-lhes condições de exercerem sua profissão com dignidade é que poderemos notar alguma evolução no ensino brasileiro. Por enquanto, existem alguns casos isolados de sucesso, mas a que custo!
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