25.10.06

Vida e incerteza

Queremos ter certezas e vivemos sempre na incerteza. Buscamos verdades absolutas e percebemos que tudo muda, é relativo, que tem vários ângulos. É doloroso constatar nossa ignorância fundamental.
Viver é ir aprendendo a decidir da forma mais tranqüila possível, no meio de mil possibilidades, que na sua grande maioria não se realizarão. É ir escolhendo e renunciando, avaliando e,ao mesmo tempo, reconhecendo que nunca temos a certeza das decisões, porque não temos a experiência do que aconteceria com as outras escolhas que deixamos de lado.
Viver é buscar permanentemente o sentido que se constrói no dia a dia, nas pequenas decisões. Sentido que vai revelando seu desenho em alguns momentos marcantes ou quando conseguimos enxergar mais do alto, quando obtemos uma perspectiva mais abrangente. Esses momentos fortes ajudam a que tentemos ampliar os significados ocultos do cotidiano, quanto tudo parece tão banal e repetitivo.
Podemos aprender a desvendar, a compreender e a aceitar os caminhos que já percorremos.
Aprender a compreender e a aceitar as escolhas atuais, a permanente dúvida de estar acertando nas decisões, a incerteza do que deixamos de lado, do que poderíamos ter sido, ter feito, ter tentado.
Aprender a aceitar que viver é uma permanente prática de escolhas, de ganhos, de renúncias, de acertos e de erros, com os quais vamos construindo nosso mosaico, nosso caminho. Aceitar a precariedade de, ao mesmo tempo, descobrir o que é permanente nessa precariedade é um desafio constante para a nossa evolução.
Aprendemos a viver quando navegamos na incerteza e, ao mesmo tempo, confiamos na nossa bússola, procuramos aprimorá-la e não nos punimos por erros de pilotagem, mas, ao contrário, aprendemos com eles. Se equilibramos a incerteza e a confiança encontraremos nossos melhores caminhos.
Viver significa estar de olhos abertos, aceitar-se, enfrentar decisões contraditórias e ir sentindo se no todo vamos sentido mais paz e realização. É constatar se, mesmo em situações não ideais, precárias, nos aceitamos melhor, se avançamos na compreensão de nós mesmos e do que nos rodeia e nos sentimos mais confiantes.
Estou vivendo......

Um comentário:

Anônimo disse...

É preciso a dor para aprender o que é viver com qualidade?