Editorial da Folha de São Paulo de hoje apresenta bons argumentos sobre a decisão do STF em não extinguir o processo de cassação do deputado federal José Dirceu.
Sete ministros deixaram muito claro que a Câmara pode julgar um deputado por quebra de decoro relacionada a atos cometidos enquanto ministro de Estado.
O ministro Carlos Ayres Britto colocou"...após essa decisão, os parlamentares licenciados para ocupar postos no Executivo tomariam muito mais cuidado com seus procedimentos no campo ético."
Segundo a Folha o que Britto quis claramente expressar é que a Câmara não pode tornar-se um lugar seguro para a impunidade daqueles temporariamente afastados do Congresso para atuar no governo, afrontem o decoro parlamentar.
Com isso Zé Dirceu perde o grande sustentáculo de sua defesa. Sem isso, diz a Folha:"agoniza sua tentativa de fazer-se de vítima de uma suposta perseguição política, de um julgamento açodado, que seria feito para formalizar algo previamente decidido".
Diz ainda que o texto do relator Júlio Delgado, apesar de todas as manobras que estão sendo feitas para protelar o julgamento do caso na Câmara, ganha força:"A lógica humana nos permite, através do acúmulo de evidências irrefutáveis, afirmar que Dirceu tinha poderes para ser o autor intelectual de todo este esquema ou, pelo menos, poderes suficientes para impedir que tais práticas prosperassem".
Cristaliza a convicção da Folha que o mandato do deputado Zé Dirceu deve ser cassado pela Câmara, assim como a minha humilde convicção também.
Fico decididamente contente que minhas convicções sejam as mesmas que a desse grande jornal.
E agora José?
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